Familiares
e cuidadores entram em choque, uma série de sentimentos surgem ao receber a
notícia da chegada de uma criança com síndrome de Down. Dúvidas, preconceitos,
medos, incertezas e ansiedades diversas sobre o destino desta criança tornam,
muitas vezes, a espera dolorosa, por isso é necessário falar sobre a síndrome
de Down.
Segundo
Tobo, Khouri e Mourão (2009, p.143) a síndrome de Down “Foi descrita
inicialmente em 1866 por Sir John Langdon Haydon Down. É a primeira anomalia
cromossômica detectada na espécie humana pela presença de um pequeno cromossomo
acrocêntrico adicional, identificado como cromossomo 21”. Bissoto (2005, p. 81)
complementa que “A Síndrome de Down se caracteriza, em sua etiologia, por ser
uma alteração na divisão cromossômica usual, resultando na triplicação – ao
invés da duplicação - do material genético referente ao cromossomo 21”.
O
site “Movimento Down” (2017) produz conteúdos diversificados para ajudar
famílias, profissionais e o público em geral a combater preconceitos e a buscar
condições efetivas de inclusão de pessoas com a síndrome, o site informa sobre
algumas características físicas de pessoas com síndrome de Down:
Cabelo: Geralmente liso
e fino; Cabeça: Cabeça achatada na
parte de trás; Olhos: olhos puxados;
Nariz: nariz pequeno e achatado; Orelhas: Orelhas pequenas, estão
localizadas na linha abaixo dos olhos; Boca:
Céu da boca mais encurvado, menor número de dentes, pode acontecer de colocar a
língua para fora; Pescoço: Muita
gordura na nuca; Tônus muscular:
Músculos moles chamados de hipotonia; Mãos:
Linha única na mão, maior dobra do quinto dedo; Pés: Separação grande entre primeiro e segundo dedos.
Além
das características físicas que possibilitam o reconhecimento de pessoas com
Down, Buckley e Bird (1994, apud
Bissoto,2005, p. 82) levantam várias características quanto ao desenvolvimento
cognitivo e linguístico da criança portadora de síndrome de Down em seus
primeiros cinco anos de vida, aqui sumarizadas:
O
atraso no desenvolvimento da linguagem, o menor reconhecimento das regras
gramaticais e sintáticas da língua, bem como as dificuldades na produção da
fala apresentados por essas crianças resultam em que apresentem um vocabulário
mais reduzido [...] apresentam uma capacidade de memória auditiva de
curto-prazo mais breve, o que dificulta o acompanhamento de instruções faladas
[...].
As características físicas e no
desenvolvimento cognitivo e linguístico evidenciam a pessoa com Down e impõem
determinadas dificuldades, algumas provenientes da própria condição clínica,
outras de cunho social, segundo Silva e Dessen (2002, p. 169).”A
vida das crianças com síndrome de Down poderia ser bem melhor se sua inserção
no contexto sócio cultural fosse mais adequada”.
A primeira inserção social diz
respeito à própria família, a notícia da síndrome costuma criar sentimento de
negação e medo, Bowlby (1993, apud Voivodic
e Storer,2002, p.33) afirma que “a existência de uma criança com distúrbio
representa uma ruptura para os pais. As expectativas construídas em torno do
filho normal tornam-se insustentáveis. Vistos como uma projeção dos pais, esses
filhos representam a perda de sonhos e esperanças.” Após trabalhadas as
questões familiares, estas crianças devem passar também por um processo de
acompanhamento e inclusão social de uma forma geral, deverão ter atenção às
suas necessidades e cuidados específicos e nos meios de interação e inclusão
social.
A síndrome
de Down não representa uma condenação ou castigo, trata-se de uma condição
modificada, assim existirão dificuldades, entretanto a pessoa com a síndrome
pode ter uma vida regular e produtiva.
Referências
BISSOTO, Maria
Luisa. Desenvolvimento cognitivo e o
processo de aprendizagem do portador de síndrome de Down: revendo
concepções e perspectivas educacionais. Centro Universitário de Araras Dr.
Edmundo Ulson- SP. Rev. Ciências
& Cognição; Vol 04: 80-88, 2005.
MOVIMENTO DOWN
(2017). Síndrome de Down:
Características. Disponível em: < http://www.movimentodown.org.br/sindrome-de-down/caracteristicas/>
Acesso em 18/01/2017 às 23h e 25 min.
SILVA, Nara
Liana Pereira; DESSEN, Maria Auxiliadora. Síndrome
de Down: etiologia, caracterização e impacto na família. Interação em
Psicologia, 6(2), p. 167-176, 2002.
TOBO, Andrea;
KHOURI, Marcelo El; MOURÃO, Marcelo Alves. Diagnóstico
da instabilidade atlanto–axial na Síndrome de Down: revisão de literatura. Ver. Acta Fisiatr; 16(3): 142-145;
2009.
VOIVODIC, Maria
Antonieta M. A. ; STORER, Márcia Regina de Souza . O desenvolvimento cognitivo das crianças com síndrome de Down à luz das
relações familiares. Rev Psicologia: Teoria e Prática – 4(2):31-40,
2002.
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