A Psicanálise surgiu em meados do século XIX para o século XX tendo como seu
fundador Sigmund Freud (1856-1939), conforme afirmam Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 56, grifo do autor) “Freud ousou
colocar os 'processos misteriosos' do psiquismo, suas 'regiões obscuras', isto
é, as fantasias, os sonhos, os esquecimentos, a interioridade do homem, como
problemas científicos. A investigação sistemática desses problemas levou Freud à
criação da Psicanálise”.
Freud estudou Medicina na Universidade de Viena (1873), durante sua formação conheceu e realizou trabalhos com o médico Josef Breuer. Esta relação produziu grande desenvolvimento para a constituição da Psicanálise, Breuer tratava de pacientes histéricas utilizando seu método de hipnose e incentivando as pacientes a falar sobre o passado, aliviando desta forma os sintomas elencados. Freud dedicou-se ao estudo da hipnose e aprendeu sobre o tema também em Paris com Jean-Martin Charcot (neurologista). Em 1886 em Viena, Freud inicia seus atendimentos em consultório próprio, assim como Breuer utilizou inicialmente a hipnose em pacientes histéricas e neuróticas, mas logo percebeu que não necessitava da hipnose, mas apenas das falas, o que denominou associação livre e assim o conceito geral da Psicanálise foi elaborado. (KLEINMAN, 2015).
As pesquisas e propostas elaboradas por Freud
mudaram significativamente o modo de entender o ser humano e investigar sua
psique, segundo Barreto e Morato (2008, p.157) “O reconhecimento do
inconsciente derrubou a ideia de um “eu” consciente como centro da
subjetividade humana”.
Durante metade do século XX, a Psicanálise proposta
por Freud foi a principal alternativa frente ao Behaviorismo. Após as propostas
de Freud, as ideias acerca da Psicanálise se disseminaram pela Europa e Estados
Unidos, diversos psicanalistas fizeram suas contribuições como Carl Jung,
Alfred Adler, Anna Freud, Melanie Klein, Karen Horney, Jacques Lacan, entre
outros, alguns iniciaram próximos às linhas de pesquisa de Freud como Adler e
Jung e por divergências se afastaram, promovendo suas próprias linhas de
pesquisa, outros seguiram as ideias freudianas, como Lacan (COLLIN,
BENSON, GISBURG e outros, 2012).
Para Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 47) “compreender
a Psicanálise significa percorrer novamente o trajeto pessoal de Freud, desde a
origem dessa ciência e durante grande parte de seu desenvolvimento”. A Psicanálise trouxe uma nova forma de pensar e entender o homem e tornou-se um
desafio para a ciência, visto que seu objeto de estudo, diferente daquele
elencado no Behaviorismo não poderia ser mensurado, ainda assim sua atuação
disseminou-se de forma consistente e até a atualidade as descobertas e técnicas
psicanalíticas são valorizadas.
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Referências
BARRETO, Carmem Lúcia Brito Tavares; MORATO,
Henriette Tognetti Penha. A
dispersão do pensamento psicológico. Boletim de Psicologia,
Vol., LVIII, nº 129: 147-160, 2008.
BOCK,
Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo
de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
COLLIN,
Catherine; BENSON, Nigel; GINSBURG, Joannan; GRAND, Voula; LAZYAN, Merrin;
WEEKS, Marcus. O livro da Psicologia.
Tradução de Clara M. Hermeto e Ana Luisa Martins, São Paulo: Globo, 2012.
KLAINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre Psicologia: Um livro sobre o estudo da mente humana. Tradução Leonardo
Abramowicz – 1ª ed. – São Paulo: Editora Gente, 2015.
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