Desde
1962 a Psicologia é reconhecida no Brasil como profissão, regulamentada pela
lei 4.119 do referido ano. A partir de então, “os currículos de Psicologia
foram elaborados com o objetivo de formar indivíduos com um certo nível de
conhecimento genérico em temas psicológicos” (BASTOS e GOMIDE, 1989, p.12).
Devido a isto, muitas são as possibilidades de atuação do psicólogo e entre
elas está a Psicologia Organizacional e do Trabalho, que será tratada neste
artigo.
O
campo de estudos da Psicologia Organizacional e do Trabalho tem por objeto compreender
o comportamento das pessoas, seus determinantes, consequências e possibilidades
de ação no ambiente de trabalho. (ZANELLI
e BASTOS, 2004, apud WACHELKE,
2005). Conforme aponta Bastos (2003, apud
Tonetto, 2008) o termo “Psicologia Organizacional e do Trabalho” abrange a
diversidade da área, propondo uma relação entre dois grandes eixos que
contemplam aspectos psicossociais: as organizações, como mecanismo social
formador de coletivos humanos e o trabalho, na qualidade de operação básica do
ser humano que reproduz a sua própria existência e a da sociedade.
Um dos principais desafios da área
é evitar que as pessoas tenham que se adaptar a condições de trabalho que
ultrapassem seus próprios limites, como aprender habilidades e executar tarefas
em prazos mais curtos que o devido. (MALVEZZI, 2004 apud TONETTO, 2008). Outro importante desafio é conseguir
equilibrar as ambições organizacionais e as necessidades dos trabalhadores, ou
seja, favorecer o progresso da organização em consonância com a saúde e
desenvolvimento dos trabalhadores.
Hoje, o perfil de psicólogo aplicador de testes que
identifica a “pessoa certa para o lugar certo” foi transformado na função de um
gestor de pessoas preocupado com questões como escolha profissional, processo organizacionais,
formação e desempenho do trabalhador, focando os diversos problemas
relacionados a estas situações (BOCK et. al., 2008).
Para
cumprir com os objetivos propostos, a Psicologia Organizacional e do Trabalho
conta com diversos subsistemas, tais como:
a. Recrutamento e seleção: o
recrutamento compreende a procura e atração de candidatos para determinado
cargo; já a seleção consiste na escolha do candidato que ocupará o cargo
disponível (BAYLÃO e ROCHA, 2014).
b. Treinamento e desenvolvimento: o
treinamento pode ser considerado um esforço planejado de uma organização em
facilitar a aprendizagem de comportamentos, conhecimentos e habilidades
(LACERDA e ABBAD, 2003); já o desenvolvimento consiste em dotar o indivíduo de aptidão
crítica, valores e competências que o capacitem a transformar o ambiente em que
trabalha e vive” (VILAS BOAS e ANDRADE, 2009).
c. Gestão da qualidade de vida no
trabalho: constitui-se num conjunto de ações e na implantação de melhorias no
ambiente de trabalho que visem o bem-estar dos trabalhadores (FRANÇA, 2013).
No intento de acompanhar
as mudanças ocasionadas pela globalização, pelo sistema produtivo e pelo modo
de relacionamento interpessoal, psicólogos desta área estão constantemente
buscando novas soluções para os problemas emergentes nas organizações,
minimizando danos e potencializando competências.
Para conhecer mais acesse:
Referências:
BASTOS, Antônio V. B.; GOMIDE, Paula I. C. O
psicólogo brasileiro: sua atuação e formação profissional. Psicologia:
Ciência e Profissão. Brasília, n. 1, v. 9, p. 6-15, 1989.
BAYLÃO, André L. S.; ROCHA, Ana P. S. A Importância
do Processo de Recrutamento e Seleção de Pessoal na Organização Empresarial.
XI Simpósio de Excelência em Gestão e Tecnologia, 2014.
BOCK, Ana M. B. et. al. Psicologias: uma
introdução ao estudo de Psicologia. 14 ed. São Paulo: Saraiva, 2008.
FRANÇA, Ana C. L. Práticas de Recursos Humanos:
conceitos, ferramentas e procedimentos. São Paulo: Atlas, 2013.
IV Congresso Brasileiro Psicologia: ciência e
profissão. Psicologia Organizacional e do
Trabalho estarão representadas no IV CBP. Disponível em:
<http://www.cienciaeprofissao.com.br/psicologia-organizacional-e-do-trabalho-estarao-representadas-no-iv-cbp/>.
Acesso em: 18/05/2016 às 15h21min.
LACERDA,
Érika R. M.; ABBAD, Gardênia. Impacto do treinamento no trabalho: investigando variáveis motivacionais e
organizacionais como suas preditoras. Rev. Adm. Contemp., n. 4,
v. 7, p. 77-96, 2003.
TONETTO, Aline M. et. al. Psicologia
Organizacional e do Trabalho no Brasil: desenvolvimento científico
contemporâneo. Psicologia & Sociedade. Porto Alegre, n. 20, v. 2, p.
165-173, 2008.
VILAS BOAS, Ana A.; ANDRADE, Rui O. B. Gestão
estratégica de pessoas. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
WACHELKE, João F. R. et. al. Conceitos
e práticas adotados por pesquisadores em psicologia organizacional e do
trabalho. Aletheia.
Canoas, n. 21, p. 7-19, 2005.
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