sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Artigo - Primeira grande força da Psicologia: Behaviorismo # Série



O behaviorismo, também conhecido como comportamentalismo, surgiu no início do século XX nos Estados Unidos tendo como seus precursores Edward Lee Thorndike e Ivan Petrovich Pavlov. Quem deu voz à abordagem foi John Broadus Watson, após este último o mais importante behaviorista foi Burrhus Frederic Skinner.     

A teoria evolutiva de Darwin e a teoria objetiva e mecanicista da aprendizagem de Thorndike (1874-1949) influenciaram as pesquisas de Pavlov, este foi o cenário onde começa a surgir o behaviorismo (BARRETO e MORATO, 2008).

Pavlov cursou fisiologia e química na Universidade de São Petersburgo, voltou sua atenção para a correlação entre salivação e digestão, este interesse promoveu seu entendimento sobre as relações das funções autônomas e o sistema nervoso, desenvolvendo o conceito de “reflexo condicionado” e em 1930 utilizou estes conhecimentos aplicados às psicoses humanas (KLEINMAN, 2015).       
             
O objeto de estudo desta linha da psicologia é o comportamento (behavior), segundo Bock, Furtado e Teixeira (2008, p. 58) “Watson, postulando o comportamento como objeto da psicologia, dava a essa ciência a consistência que os psicólogos da época vinham buscando – um objeto observável, mensurável, cujos experimentos poderiam se reproduzidos em diferentes condições e sujeitos”, por este fato o behaviorismo foi a primeira força da psicologia, proporcionando a caracterização ideal para seu início como ciência.    

Skinner deu continuidade às propostas de análise do comportamento, para ele existe uma unidade básica para se analisar o comportamento dos indivíduos, o que denominou de “contingência de três termos”, a saber: ocasião em que se manifesta o comportamento, o comportamento em si e sua consequência sobre o ambiente e o indivíduo que emite o comportamento. Essa relação pode constituir contingências de reforço que analisadas podem indicar condições de discriminação, aprendizagem que são entendidas como ampliação de repertório dos indivíduos. (SKINNER apud DELITTI,1993).              

A continuidade das propostas comportamentalistas levaram a diversos desdobramentos para os estudos, entre eles destaca-se a abordagem sócio-comportamentalista propondo uma associação com a perspectiva cognitiva, sendo esta uma intermediação para modificação de comportamentos. Neste cenário destaca-se a linha de pesquisa de Albert Bandura, com sua teoria cognitiva-social que enfatiza a relevância dos reforços na aquisição e alteração de comportamentos, defende que os processos cognitivos são mediadores entre estímulo e resposta (BARRETO e MORATO, 2008).                

Os estudos que relacionam o comportamento aos aspectos cognitivos levaram a muitas descobertas e o surgimento de diversas formas de intervir e analisar os comportamentos. É relevante expor, no entanto, que este não é o único desdobramento desta abordagem e que muitos outros conhecimentos ainda podem advir do behaviorismo.

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Referências

BARRETO, Carmem Lúcia Brito Tavares; MORATO, Henriette Tognetti Penha. A dispersão do pensamento psicológico. Boletim de psicologia, Vol., LVIII, nº 129: 147-160, 2008.

BOCK, Ana Mercês Bahia; FURTADO, Odair; TEIXEIRA, Maria de Lourdes Trassi. Psicologias: uma introdução ao estudo de psicologia. 14ª ed. São Paulo: Saraiva, 2008.

DELITTI, Maly. O uso de encobertos na terapia comportamental. Temas em Psicologia. v.1 n.2 Ribeirão Preto ago. 1993.


KLAINMAN, Paul. Tudo o que você precisa saber sobre psicologia: Um livro sobre o estudo da mente humana. Tradução Leonardo Abramowicz – 1ª ed. – São Paulo: Editora Gente, 2015. 

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